domingo, outubro 10

Um eléctrico chamado desejo

Arriscando-me a tornar este blog puramente teatro-related devido à ausência de posts, Quinta-feira fui ver "Um eléctrico chamado desejo", adaptação da peça de Tennessee Williams, e confesso que tenho de deixar aqui uma pequena nota.
E a minha recomendação é: Para saber se gostam, vejam a versão com Marlon Brando. O grande, o único, uma grande versão! Caso contrário, podem confundir esta história com outra qualquer, banal e um pouco cliché. Penso que acabou por se juntar uma amálgama de personagens que acabamos por detestar - Sendo que se o objectivo não era odiar profundamente a mulher que deixa que lhe façam tudo, a galdéria snobe que se aproveita da única família que tem e o marido violento e opressor, então qual seria?
Nisto a peça cumpre. 
Mas para substituir Vivien Leigh, Alexandre Lencastre já não cumpre assim tão bem! Porquê? Não se percebe! Tem tudo o que é preciso - O cenário giratório, o chapéu de 2 metros de diâmetro - Mas acaba por tentar calçar sapatos maiores que o seu pé - Se é que este não é um comentário demasiado aportuguesado para este blog. Não que eu saiba qual é o tamanho que calça a senhora, sendo que fiquei no balcão e mesmo com óculos alguns pormenores continuaram um pouco aquém do que poderiam ser. Consegui ver que o senhor principal tinha quase três metro e meio em comparação com todos os outros e que numa determinada  cena, calhou-lhe uma cerveja demasiado mexida e se ele conseguiu manter a compostura, que Deus lhe abençoe o talento =)
Não se pode dizer que ela esteja mal - Mesmo porque isso seria impossível para esta actriz em particular, que eu pessoalmente considero das melhores que existem por aí - mas talvez a espectativa fosse, simplesmente, demasiado alta!
A verdade é que não posso recomendar. É preciso gostar da história, é preciso gostar de teatro, é preciso ter sensibilidade e é preciso ir com um determinado humor e com uma boa abertura. Gostei! Gostei bastante. E é isto... Que tal para comeback post? =)