sexta-feira, março 5

Rei Édipo (por Sófocles)

Anteontem fui (finalmente!) ao teatro, após demasiado tempo sem lá pôr os pés. O escolhido foi o Teatro D. Maria, e o resultado foi... Interessante, intenso, cultural... Tudo o que se adquire sempre, com cada peça, do meu ponto de vista - Salvo raras excepções. Já tinha saudades - tantas! - De sentir emoções transmitidas pela voz, pela postura, pelas expressões das personagens, VIVOS, à minha frente. De não pensar em efeitos especiais, de distinguir o improvisado do planeado, do texto.
Já tinha saudades de estremecer com a música, de ser tudo tão próximo, tão pessoal. Fui ver "O Rei Édipo" , com Diogo Infante e Virgílio Castelo, entre (muitos) outros.
Tudo o que me lembrava acerca de Édipo era, claro está, a história do enigma da esfinge. Com esta peça ganhei um bocadinho mais de conhecimento de mitologia grega (que nunca é demais!) e , enfim, cultura geral. O Homem na face dos mais temíveis pesadelos, a loucura, o incesto, o assassinato...
Sinceramente, passei a maioria da peça a proferir baixinho variadíssimos sons involuntários de agonia, tais como "uuuui" e "autch", em solidariedade com o pobre e muito azarado protagonista.
Se querem ver uma verdadeira tragédia grega, apressem-se! Não consigo imaginar nenhuma maior que esta - vocês também não vão conseguir. Infelizmente, não consigo dizer mais nada sem eventualmente colocar aqui um spoiler, e não quero quebrar a minha tradição.
Por isso, vão ver! Mesmo que não seja o vosso género. Podem adorar ou odiar, mas que não vos vais deixar indiferentes, isso nunca.